"Embora o meu amor seja insano, a minha razão alivia a dor intensa do meu coração, dizendo-lhe para ser paciente e nunca perder a esperança..."
(Escrita de uma paciente erotomaníaca, do Hospital Saint-Anne em Paris (1936)).
Fonte: Desconhecida
Às vezes, o amor pode se transformar em erotomania, uma convicção delirante de que alguém está secretamente apaixonado, mesmo sem qualquer indício ou negação da pessoa em questão. A erotomania foi descrita pela primeira vez pelo psiquiatra francês Gaëtan Gatian De Clérambault e desenvolve-se, segundo ele, em três fases: esperança, despeito e rancor.
De acordo com a psicanálise, Freud, em seu artigo "Sobre o Narcisismo: uma introdução" de 1914, argumenta que há uma desigualdade na forma como homens e mulheres amam. As mulheres têm uma necessidade de serem amadas, enquanto os homens buscam um modelo ou detalhe para alimentar seu desejo. Já Miller enfatiza que a demanda de amor é central nas mulheres e tem um caráter absoluto.
Lacan, por sua vez, afirma que não existe relação entre os sexos e que o amor é uma tentativa de criá-la. Ele usa o amor cortês como um exemplo do discurso amoroso, que consiste em cortejar a mulher, tornando-a inacessível e deixando o amante na incerteza de ser amado. Esse postulado de "o Outro me ama" é o que sustenta e revela a forma erotomaníaca do amor. Mesmo que o erotomaniaco reconheça sua insanidade, a esperança o faz acreditar no seu delírio amoroso.
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