"Você precisa entender que eu te amo"
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O mito de Pigmalião e Galateia é um exemplo poderoso da forma como o amor idealizado pode se tornar prejudicial quando há comportamentos de supercontrole e proteção excessivos. A história ilustra perfeitamente esse conceito. Pigmalião era um escultor que criou sua própria mulher perfeita de marfim, e após dar-lhe vida, ele se apaixonou por ela. No início, Pigmalião amava Galateia profundamente, mas com o tempo ele começou a impor seus padrões e expectativas sobre ela, tornando-se cada vez mais controlador e possessivo.
De acordo com Sigmund Freud, o amor idealizado é uma projeção dos desejos e expectativas de uma pessoa sobre outra, e pode levar a comportamentos de supercontrole e possessividade. "Aquilo que se idealiza, é apenas uma projeção dos desejos e fantasias da própria pessoa, e não uma característica real da pessoa amada", explica Freud.
Por outro lado, a neuropsicologia nos mostra que a dependência emocional é uma característica comum em relacionamentos abusivos e prejudiciais. A busca constante pelo amor e aprovação dos outros pode levar a comportamentos obsessivos e controladores, prejudicando tanto a si mesmo quanto ao outro.
"Você precisa entender que eu te amo" é uma frase comum de pessoas que praticam supercontrole e proteção excessivos em relacionamentos. Mas é importante lembrar que isso reflete insegurança e vontade de controlar e pode machucar seriamente a pessoa amada. Não é amor quando alguém te impede de ser você mesmo ou te controla. Se você ou alguém próximo está vivendo isso, não hesite em buscar ajuda.
Referências Bibliográficas:
Freud, S. (1930). A Interpretação dos Sonhos. Rio de Janeiro: Imago Editora.
Bowlby, J. (1969). Apego e Perda: Vol. 1: Apego. São Paulo: Martins Fontes.
Ovidius Naso, P. (2004). Metamorfoses. São Paulo: Martins Fontes.
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